No mês em que milhares de pessoas discutiram sobre o polêmico livro didático "Por uma vida melhor" da coleção Viver e Aprender, adotado pelo Ministério da Educação para a o EJA - Educação de Jovens e Adultos, resolvi também me posicionar.
Além de confuso, o livro que chegou a ser distribuído a quase meio milhão de estudantes dedica um capítulo apoiando o uso da linguagem popular. Apesar do grande esforço da autora Heloísa Ramos para explicar que sua proposta foi adequar cada linguagem para uma situação, o argumento não conseguiu convencer muita gente. Para ela, quando estão com os colegas, os estudantes podem falar como quiserem, mas ao fazer uma apresentação, eles devem falar com mais formalidade. A professora aposentada da rede pública de São Paulo só deve ter se esquecido de que essa formalidade não se dá do dia para a noite. Tem que colocar em prática e tem que ser no cotidiano.
A autora afirmou também que a proposta foi deixar o aluno mais a vontade, eliminando, o que ela chama de "Preconceito Linguístico" e contribuindo para a socialização.
Na minha humilde opinião esse hábito de hora falar correto, hora falar errado e, tudo bem..."faiz parte da nossa curtura", está contribuindo para a exclusão e não para a socialização. Aliás, os brasileiros precisam rever o que é considerado preconceito em todas as esferas, para que alguns não confundam a referida expressão e passem a usar isso a seu favor, justificando certos comportamentos.
Retomando o raciocínio, é até aceitável a ideia de que alguns alunos não questionam em sala de aula por vergonha de falar errado. Por outro lado se a escola é o lugar para educar, se é o lugar pra ensinar, então tem que corrigir....O Professor tem que corrigir sim, aluno que fala errado deve ser corrigido, obviamente que corrigir não dá o direito de constranger, mas o professor pode se utilizar de diversas estratégias como por exemplo chamar o aluno com o vocabulário "popular" baixinho e dizer que não é assim que se pronuncia, ou melhor ainda, promover diversas atividades com brincadeiras, gincanas e fazer com que o aluno aprenda de forma lúdica, paralelamente com as atividades curriculares. Um aluno que às vezes fala certo, as vezes fala errado, é muito provável que ele esqueça as normas cultas na hora que precisar do que o inverso. Digo por experiência própria...
Filha de meeiros rurais, posteriormente produtores rurais, passei quase toda a infância em sítios e fazendas, onde, mesmo frequentando a escola, aprendendo ler e escrever corretamente é costume usar linguagem e expressão popular. Aquela história: sei falar, sei escrever, mas, a ...."força do hábito"...
Um dia na sala de aula, quando estava na 4ª ou 5ª série do fundamental, não me recordo por qual motivo, soltei: "Discurpa!!!" Naquele momento percebi que todos fizeram silêncio pra ouvir "Discurpa!!!"...o silêncio durou segundos e foi quebrado por milhares de risos, gargalhadas, deboches e correções...Fiquei indignada porque eu sabia pronunciar corretamente e passei vergonha pela tal "força do hábito"...Esse dia foi um dos dias mais importantes da minha vida, passei então a enriquecer meu vocabulário e deixar de pronunciar errado.
Percebi que se uma sala com trinta alunos do ensino fundamental público não tolerou meu erro, como eu iria sair de outras situações como esta.
Socializar é uma ótima ideia, mas não seria melhor que os que falam a linguagem popular passassem a falar a norma culta, do que o inverso? Não seria melhor do que "emburrecer" os jovens que já pouco se importam com a aprendizagem? Não seria melhor do que contribuir para a defasagem educacional? Não seria melhor do que contribuir para aqueles que concluem na maioria das vezes o ensino médio e pior, ingressam na faculdade sem saber ler e escrever direito?
Na minha humilde opinião esse hábito de hora falar correto, hora falar errado e, tudo bem..."faiz parte da nossa curtura", está contribuindo para a exclusão e não para a socialização. Aliás, os brasileiros precisam rever o que é considerado preconceito em todas as esferas, para que alguns não confundam a referida expressão e passem a usar isso a seu favor, justificando certos comportamentos.
Retomando o raciocínio, é até aceitável a ideia de que alguns alunos não questionam em sala de aula por vergonha de falar errado. Por outro lado se a escola é o lugar para educar, se é o lugar pra ensinar, então tem que corrigir....O Professor tem que corrigir sim, aluno que fala errado deve ser corrigido, obviamente que corrigir não dá o direito de constranger, mas o professor pode se utilizar de diversas estratégias como por exemplo chamar o aluno com o vocabulário "popular" baixinho e dizer que não é assim que se pronuncia, ou melhor ainda, promover diversas atividades com brincadeiras, gincanas e fazer com que o aluno aprenda de forma lúdica, paralelamente com as atividades curriculares. Um aluno que às vezes fala certo, as vezes fala errado, é muito provável que ele esqueça as normas cultas na hora que precisar do que o inverso. Digo por experiência própria...
Filha de meeiros rurais, posteriormente produtores rurais, passei quase toda a infância em sítios e fazendas, onde, mesmo frequentando a escola, aprendendo ler e escrever corretamente é costume usar linguagem e expressão popular. Aquela história: sei falar, sei escrever, mas, a ...."força do hábito"...
Um dia na sala de aula, quando estava na 4ª ou 5ª série do fundamental, não me recordo por qual motivo, soltei: "Discurpa!!!" Naquele momento percebi que todos fizeram silêncio pra ouvir "Discurpa!!!"...o silêncio durou segundos e foi quebrado por milhares de risos, gargalhadas, deboches e correções...Fiquei indignada porque eu sabia pronunciar corretamente e passei vergonha pela tal "força do hábito"...Esse dia foi um dos dias mais importantes da minha vida, passei então a enriquecer meu vocabulário e deixar de pronunciar errado.
Percebi que se uma sala com trinta alunos do ensino fundamental público não tolerou meu erro, como eu iria sair de outras situações como esta.
Socializar é uma ótima ideia, mas não seria melhor que os que falam a linguagem popular passassem a falar a norma culta, do que o inverso? Não seria melhor do que "emburrecer" os jovens que já pouco se importam com a aprendizagem? Não seria melhor do que contribuir para a defasagem educacional? Não seria melhor do que contribuir para aqueles que concluem na maioria das vezes o ensino médio e pior, ingressam na faculdade sem saber ler e escrever direito?